Doenças infecciosas
Descubra como reconhecer, prevenir e tratar o problema
Febre, tosse, dores no corpo... Não existe um pesadelo pior para os pais do que ver os filhos doentes. Por isso, para garantir a saúde dos pequenos, é muito importante tomar alguns cuidados, que muitas vezes podem ser mais simples do que você imagina.
As doenças mais comuns na infância, segundo o pneumopediatra Ricardo de Castro, são as viroses respiratórias, principalmente com a chegada do frio. Lavar as mãos ao chegar em casa e esterilizar mamadeiras e chupetas no mínimo três vezes por semana é um hábito que deve ser adotado pelos pais e que ajuda a diminuir os riscos de contaminação.
Cuidado constante
Crianças pequenas são curiosas e, geralmente, colocam brinquedos ou outros objetos na boca. Isso pode ser perigoso, pois essa é a maneira mais comum de contrair o rotavírus, que ataca as células do intestino e provoca diarreia. Água contaminada, contato direto com alguém infectado ou mesmo alimentos que não foram devidamente higienizados também podem transmitir a doença, que se torna mais comum no inverno, quando o clima fica seco.
Os sintomas podem variar de acordo com a gravidade do caso. Os adultos costumam apresentar um quadro mais brando, basicamente com diarreia, que pode desaparecer em poucos dias. Mas entre as crianças, principalmente até os dois anos de idade, não é raro surgirem sintomas mais graves, como desidratação, cólicas, vômito e febre. O mais importante é manter a hidratação, principalmente com soro caseiro, e procurar um médico rapidamente.
Doenças infantis
Embora a catapora possa aparecer em qualquer época do ano, os casos se tornam mais frequentes entre o final do inverno e o início da primavera. Antes de surgirem erupções, a criança pode perder o apetite e apresentar mal estar ou febre. Geralmente, os primeiros sinais da catapora são pequenas bolhas na pele, que se tornam claras e apresentam uma espécie de líquido no interior. Quando as bolhas se rompem, logo se formam crostas ou “casquinhas”.
Caso haja qualquer suspeita de catapora, os pais não devem medicar a criança por conta própria, principalmente com ácido acetilsalicílico (presente na aspirina e no AAS). Manter a pele limpa e cortar as unhas da criança para evitar que ela se machuque ao coçar as lesões ajuda a evitar complicações, como infecções. Apenas o médico pode indicar o melhor tratamento, que, na maioria das vezes, consiste em combater os sintomas.
A caxumba, doença infecciosa comum na infância, é transmitida por contato direto com a saliva, objetos contaminados e por gotículas no ar. O vírus ataca as glândulas salivares, provocando um inchaço na região do pescoço. Os principais sintomas são febre, sudorese, dores de cabeça e no corpo, mal estar e zumbido nos ouvidos. O tratamento, que deve ser indicado por um médico, ameniza os sintomas e, na maioria das vezes, engloba descanso, compressas, antitérmicos e analgésicos.
Casos raros
Poucos casos isolados de sarampo foram relatados no Brasil nos últimos anos, pois a doença está praticamente erradicada. Entre os sintomas da doença estão manchas avermelhadas que começam na face e se estendem pelo corpo, em direção aos pés, febre alta, tosse intensa, conjuntivite e coriza. O tratamento é feito com remédios que combatem os sintomas, entre eles antitérmicos, xaropes e até antibióticos, dependendo da gravidade do caso.
É chato, mas...
O piolho é um problema comum na infância, em especial para as crianças em idade escolar. Para acabar de vez com o problema, o melhor é procurar o pediatra do seu filho e seguir à risca o tratamento indicado por ele. Existem xampus, loções e cremes específicos para o problema, mas é preciso ter paciência, ler as bulas e seguir as instruções à risca.
Uma medida importante é informar a escola sobre o problema porque, se outras crianças estiverem com piolho, seu filho pode ser contaminado novamente. Durante o tratamento, ferva as roupas de cama da criança e deixe os pentes usados por ela separados dos pertences de outras pessoas da casa, além de higienizá-los bem antes de guardar.
Onde vacinar?
Vacinar ainda é a maneira mais eficiente de proteger as crianças, principalmente as mais novas, de doenças que podem trazer sérias consequências. Infelizmente, nem todas as vacinas são distribuídas gratuitamente, embora grande parte possa ser encontrada à disposição da população nos postos de saúde. Faz parte do calendário de vacinação infantil do Ministério da Saúde vacinas contra formas graves de tuberculose, hepatite B, difteria, tétano, coqueluche, paralisia infantil, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, pneumonia, otite, meningite C e outras doenças. Para ter acesso ao calendário completo, acesse www.saude.gov.br.
Porém, embora o Brasil ofereça um dos programas mais completos de imunização do mundo, doenças como catapora, hepatite A e HPV só podem ser prevenidas com vacinas aplicadas em clínicas particulares. “Em hipótese alguma se deve deixar de vacinar a criança. O que contraindica a vacina, e só nesse caso, é reação alérgica grave prévia ou reação alérgica grave a ovo, pois algumas vacinas contêm ovo na formulação”, alerta Castro. Portanto, converse com o seu pediatra de confiança e proteja o seu filho!
Fonte: por Tereza Guedes/ Revista NA MOCHILA