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Cinematerna é opção de diversão para mães e bebês


Luz, som e temperatura controlados, fraldário e um bate-papo animado entre as mães depois da sessão: o Cinematerna é um programa cultural para quem acabou de ter filho, mas não quer deixar a vida social de lado

A administradora de empresas Irene Nagashima, que se considera cinéfila, teve dificuldades para ir ao cinema logo após seu primeiro filho nascer. Um desabafo em um grupo virtual de mães resultou em uma ideia: por que não sair pra ver um filme levando os bebês? O grupo, então, se encontrou no cinema, com criança no colo, bolsa de fralda e muita vontade de voltar à vida social. Esse foi o início do Cinematerna, uma associação sem fins lucrativos.

“O principal objetivo é a reinserção social da mãe recém-nascida, através de um programa cultural”, destaca Irene, cofundadora da associação. “Mãe recém-nascida”, aliás, é o modo carinhoso como as fundadoras chamam as mulheres que acabaram de ter bebês, não necessariamente pela primeira vez. “Nossa missão é olhar pra essa mãe nos primeiros momentos nesse novo papel. O principal público são as mães de primeira viagem, mas também incluímos as mães que estão aprendendo a cuidar de duas, três crianças”.

Cinema em família (e entre amigas!)

Criado em 2008 na cidade de São Paulo, o Cinematerna está presente atualmente em 47 cidades do Brasil e conta com 300 voluntárias que montam a estrutura, recepcionam e auxiliam as mães. “Todas as salas contam com pelo menos duas pessoas vestidas com camiseta pink, nosso uniforme. O simples fato de ir ao cinema fica complicado para a recém-mãe, que tem desafios como ir ao banheiro com o bebê no colo. E nós ajudamos – seguramos o bebê enquanto isso, e adoramos! São pequenos desafios que parecem tão triviais, mas pense em uma mulher em casa cuidando do filho, às duas da tarde de um dia de semana, se sentindo sozinha porque todo mundo está trabalhando – quando surge a oportunidade desse compromisso fora de casa, é muito bem-vindo”, comenta Irene.

Após a sessão, as participantes se reúnem para um lanche e um bate-papo descontraído. Não tem palestrante, nem tema definido: é uma roda de conversa informal, onde as mães podem criar novos laços e compartilhar experiências. “Nessa fase, a mulher só quer falar dessa vida nova e pode não interessar a todo mundo, né? Além disso, recém-mães recebem palpite a toda hora e ninguém quer mais isso. Tem coisas que dão certo com um bebê e com o outro não. Então, em vez de palpite, o bate-papo é uma troca de opiniões, uma conversa divertida”, conta Irene. A ideia, aliás, é que as mamães se conheçam e façam outros programas juntas. Foi o que aconteceu com parte das fundadoras – pelo menos cinco delas se tornaram amigas próximas e se encontram periodicamente.

Diversão para mães, tranquilidade para os bebês

A economista Carolina Castelnovo, 37, virou frequentadora assídua do Cinematerna. Na primeira sessão, a filha Luiza tinha apenas três meses e se comportou muito bem. “Ela dormiu quase o tempo todo e mamou. A pediatra não viu nenhum problema em frequentarmos depois que ela fizesse três meses. Continuamos indo depois disso e só não fomos a uma sessão porque já tínhamos outro compromisso. Gosto muito da atenção das ‘pinks’, que estão prontas a ajudar com tudo, da estrutura que montam com trocador e brinquedos para os maiores”, conta.

A tranquilidade das crianças é favorecida pela adaptação especial da sala: ar condicionado, luz e som são controlados para deixar o ambiente mais aconchegante. A sala é a de um cinema comum e é aberta para qualquer pessoa que queira frequentar, porém, quando alguém que não tem filhos se interessa pela sessão, fica o aviso: além de se deparar com tamanha fofura, pode ocorrer um chorinho de vez em quando. Mas, como as sessões geralmente são marcadas no período da tarde e em dias úteis da semana, é comum que o ambiente seja só das mães – e pais, avós e tios, aliás, já que acompanhantes são bem-vindos.

“Pra mim, o Cinematerna é uma delícia porque sempre amei cinema e não tive que parar de ir. Além de ter um momento de lazer, tenho com minha filha, o que não poderia ser melhor. Quando a Luiza foi crescendo, ela mesma começou a prestar atenção no filme, principalmente quando é desenho, tela grande, música...”, relata Carolina, que lamenta ter ido à sua última sessão em Campinas (SP), antes de voltar da licença-maternidade.

Além de luz e temperatura controladas, a sala conta com trocador (lenços umedecidos e fraldas costumam ser oferecidos sem custos, pois a associação conta com patrocínio). As mães também ficam livres para amamentar quando quiserem. Foi essa estrutura que encantou a professora Tatiane Bueno Zecca, 27, mãe do Miguel, hoje com 1 ano. “As mães conseguem curtir o passeio numa boa. Eu consegui assistir ao filme inteiro e prestar atenção. Podemos fazer os bebês dormirem ou deixá-los brincando à vontade – por ser um programa diferente, eles ficam curiosos para explorar tudo, e inclusive assistem ao filme, meu bebê adorou!”, diverte-se. Ela conheceu o Cinematerna pesquisando na internet e compareceu a uma sessão em Sorocaba (SP). “Nós, mamães, temos muito trabalho em casa com os bebês e acabamos sem tempo para nos divertir e fazer programas desse tipo, então achei o projeto muito interessante”, completa.

Como funciona?

Apesar de a sala contar com a estrutura montada pelas voluntárias da associação, o preço do ingresso é o de uma sessão comum. As sessões são destinadas para mães com bebês de até 18 meses e os filmes são os que estão em cartaz, de temática adulta, sendo, portanto, entretenimento voltado às mães. O filme é escolhido por meio de votação no site www.cinematerna.org.br, onde também é possível encontrar outras informações, como opiniões de pediatras e a agenda de todas as sessões nas cidades onde o Cinematerna está presente. No interior de São Paulo, é possível encontrar salas em Bauru, Campinas, Indaiatuba, Ribeirão Preto e Sorocaba, entre outras cidades. Para participar da votação e de outras formas de interação, basta se cadastrar no site. Outras informações ainda podem ser encontradas na páginafacebook.com/CineMaterna.

Fonte: Revista NA MOCHILA

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